quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

8. Sobre Paulo Freire, conheça um pouquinho...

O sonho maior de Paulo Freire – de justiça social sem fronteiras, de respeito e cuidado com a vida – parece estar mais próximo de ser vivido. Em 2005, inauguramos a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco – coordenará as ações voltadas para o decênio, procurando estimular os países-membros da ONU a incorporarem o conceito de desenvolvimento sustentável em suas políticas educacionais.
Para tanto, propõe oito Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio (ODM), a serem alcançados até o ano de 2015:

saber cuidar
Você sabia ??? ? ? ? ??
O que é desenvolvimento sustentável?
É o desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer as necessidades das futuras gerações. Apóia-se em três dimensões: atividade econômica, meio ambiente e bem-estar da comunidade. O desenvolvimento sustentável pode melhorar a qualidade de vida das populações, equilibrar o desenvolvimento socioeconômico nos países e entre eles, preservar e conservar o meio ambiente e controlar recursos naturais considerados essenciais, tais como a água e os alimentos.
Erradicar a extrema pobreza e a fome
Atingir o ensino básicouniversal
Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Reduzir a mortalidade infantil ?

Melhorar a saúde materna
Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças
Garantir a sustentabilidade ambiental
Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

“Minha radicalidade me exige absoluta lealdade ao homem e à mulher. Uma Economia incapaz
de programar-se em função das necessidades humanas, que convive indiferente com a fome
de milhões a quem tudo é negado, não merece meu respeito de educador nem, sobretudo, meu
respeito de gente. E não me digam que ‘as coisas são assim porque não podem ser diferentes’.”

(FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d’Água, 1995, p. 22.)

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

7. Poemas matemáticos



Matemática Aplicada


Site Dedicado aos Estudantes de Matemática

"Aquele que deseja estudar ou exercer a Magia deve cultivar a Matemática".


(Matila Ghyka)



A Tragédia da Matemática


Num certo livro de matemática, um quociente apaixonou-se por uma incógnita.
Ele, o quociente, produto notável de uma família importantíssima de polinômios.
Ela, uma simples incógnita, de mesquinha equação literal.
Oh, que tremenda desigualdade.
Mas como todos sabem, o amor não tem limites e vai do mais infinito até o menos infinito.
Apaixonado, o quociente a olhou do vértice à base, sob todos os ângulos, agudos e obtusos.
Era linda, uma figura ímpar e punha-se em evidência: olhar rombóide (rombo=losango), boca trapezóide, seios esféricos num corpo cilíndrico de linhas senoidais (curvas).
– Quem és tu? – perguntou o quociente com olhar radical.
– Sou a raiz quadrada da soma dos quadrados dos catetos.
Mas pode me chamar de hipotenusa – respondeu ela com uma expressão algébrica de quem ama.
Ele fez de sua vida uma paralela à dela, até que se encontraram no infinito.
E se amaram ao quadrado da velocidade da luz, traçando ao sabor do momento e da paixão, retas e curvas no jardim da quarta dimensão.
Ele a amava e a recíproca era verdadeira.
Adoravam-se nas mesmas razões e proporções no intervalo aberto da vida.
Três quadrantes depois resolveram se casar.
Traçaram planos para o futuro e todos desejaram a felicidade integral.
Os padrinhos foram o vetor e a bissetriz.
Tudo estava nos eixos.
O amor crescia em progressão geométrica.
Quando ela estava em suas coordenadas positivas, tiveram um par: o menino, em homenagem ao padrinho, chamaram de versor; a menina, uma linda abscissa.
Ela sofreu duas operações.
Eram felizes até que, um dia, tudo se tornou uma constante.
Foi aí que surgiu um outro, sim, um outro.
O máximo divisor comum, um freqüentador de círculos viciosos.
O mínimo que o máximo ofereceu foi uma grandeza absoluta.
Ela sentiu-se imprópria, mas amava o máximo.
Sabedor desta regra de três, o quociente chamou-a de fração ordinária.
Sentindo-se um denominador comum, resolveu aplicar a solução trivial: um ponto de descontinuidade na vida deles.
Quando os dois amantes estavam em colóquio, ele em termos menores e ela de combinação linear, chegou o quociente e nu giro determinante disparou o seu 45.
Ela foi para o espaço imaginário e ele foi para num intervalo fechado, onde a luz solar se via através de pequenas malhas quadráticas.

Poema Matemático


"Às folhas tantas do livro de matemática, um quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma incógnita. .
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do ápice à base. Uma figura ímpar olhos rombóides, boca trapezóide, corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida paralela a dela até que se encontraram no infinito.
"Quem és tu?" - indagou ele com ânsia radical.
"Eu sou a soma dos quadrados dos catetos, mas pode me chamar de hipotenusa". E de falarem descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a almas irmãs, primos entre-si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas, círculos e linhas senoidais.
Nos jardins da quarta dimensão, escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas e os exegetas do universo finito.
Romperam convenções Newtonianas e Pitagóricas e, enfim, resolveram se casar, constituir um lar mais que um lar, uma perpendicular. Convidaram os padrinhos: o poliedro e a bissetriz, e fizeram os planos, equações e diagramas para o futuro, sonhando com uma felicidade integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos e foram felizes até aquele dia em que tudo, afinal, vira monotonia.
Foi então que surgiu o máximo divisor comum, freqüentador de círculos concêntricos viciosos, ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum. Ele, quociente percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade.
Era o triângulo tanto chamado amoroso desse problema, ele era a fração mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade, como, aliás, em qualquer Sociedade ..."


Millor Fernandes


Poema Matemático

"Pra que dividir sem racionar

Na vida é sempre bom multiplicar

E por A mais B Eu quero demonstrar

Que gosto imensamente de você

Por uma fração infinitesimal

Você criou um caso de cálculo integral

E para resolver este problema

Eu tenho um teorema banal

Quando dois meios se encontram desaparece a fração

E se achamos a unidade

Está resolvida a questão

Para finalizar vamos recordar

Que menos por menos dá mais, amor

Se vão as paralelasAo infinito se encontrar

Por que demoram tanto dois corações se integrar

Se desesperadamente, incomensuravelmente

Eu estou perdidamente apaixonado por você"


Antônio Carlos Jobim

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

6. Que tal estas fotos?

Mapa estelar


Nuvens noctilucentes

Veja muito mais nos sites: http://astro.if.ufrgs.br

http://www.das.inpe.br

http://www.astro.iag.usp.br

http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/astropix.html

http://www.on.br/revista/index.html

5. Parabéns São Paulo








Um presente para São Paulo, artigo de Washington Novaes


Washington Novaes é jornalista especialista em Meio Ambiente. Artigo publicado no “Estado de SP”:

Seria oportuno se São Paulo aproveitasse a passagem do 454º aniversário para convocar a cidade a participar de uma grande discussão sobre seus rumos - e em seguida transformasse as conclusões em plataformas públicas. Já não seria sem tempo, diante da gravidade dos problemas acumulados durante décadas em tantos setores. E talvez muito profícuo, dada a aproximação das eleições municipais.

As gerações mais novas provavelmente não têm idéia do que foi a qualidade de vida na capital na primeira metade do século 20 - e do quanto se perdeu. O autor destas linhas, ainda menino, conheceu-a em 1942, trazido do interior, e se maravilhou com a cidade de pouco mais de 1 milhão de habitantes, arborizada e florida, raros automóveis (quase só táxis), bondes e ônibus confortáveis, limpos e pontuais, nenhuma favela, sistemas de educação e saúde apontados como exemplos para o mundo.

As altas taxas de natalidade da época, aliadas à forte migração, mudaram radicalmente o quadro. Os fortes fluxos migratórios da Europa, do Oriente Médio e do Japão produziram um rápido avanço tecnológico - dado o acervo de informação trazido e acumulado - e determinaram um salto industrial, que multiplicou postos de trabalho e renda.

As disparidades internas de renda e de infra-estruturas de educação e saúde geraram, então, forte migração interna, principalmente do Nordeste e do Centro-Oeste. No início da década de 50, quando este escriba também migrou para cá, em busca de ensino superior, a população paulistana já ultrapassava 2 milhões de pessoas. Surgiam as primeiras ocupações ilegais nas periferias, começava a mudar o clima da que fora até então a cidade da garoa.

A população na capital e no Estado dava saltos. Neste, passava de 29,03 habitantes por quilômetro quadrado em 1940 para 51,29 em 1960, para 102,25 em 1980, para 148,7 em 2000.

E o processo de urbanização ocorria em todo o território paulista: em 1940, a população urbana era de 3,16 milhões, ante 4,01 milhões na zona rural; em 2000, 34,59 milhões nas áreas urbanas e 2,43 milhões nas rurais, com a cidade de São Paulo passando de 10 milhões de pessoas, a da Grande São Paulo caminhando para 20 milhões em 2015, segundo os demógrafos da ONU. Sem que se implantassem políticas adequadas de expansão urbana.

O panorama, hoje, é muito grave. Quase 1,5 milhão de desempregados na região metropolitana, a população em mais de 1.500 favelas (400 mil famílias) se aproximando de 2 milhões de pessoas (aumentou 38% em quatro anos), das quais 1,2 milhão vivendo em ocupações ilegais em áreas de
proteção de mananciais, principalmente Billings e Guarapiranga.

A taxa de homicídios, embora em queda, ainda é muito alta e ameaça principalmente jovens na faixa de 18 a 24 anos (as maiores vítimas de homicídios). A cidade e o Estado perdem progressivamente sua participação no produto bruto nacional e na geração de renda tributária.

As infra-estruturas de educação e saúde se precarizaram na capital, as taxas de analfabetismo funcional incluem quase 75% dos que chegam ao mercado. Na área de saneamento, só são tratados em São Paulo menos de 65% dos esgotos coletados e 6% da população paulistana não dispõe de
ligação à rede.

Mais de 20% da água que sai das estações de tratamento se perde na rede distribuição. A cidade produz entre 12 mil e 14 mil toneladas de lixo domiciliar e comercial por dia (fora 17 mil toneladas de resíduos de construções) e já não tem onde colocá-lo, embora gaste com ele uma das parcelas mais altas do orçamento municipal.

O trânsito paralisante foi comentado neste espaço na semana passada. Lembra Adriano Murgel Branco que no mesmo espaço de tempo em que São Paulo só construiu umas poucas dezenas de quilômetros de metrô - evidentemente, o caminho e a solução mais adequados - a cidade do México instalou quatro vezes mais.

Agora, com as políticas de estímulo ao transporte individual, aliadas à legislação e fiscalização deficientes, chega-se a uma situação de perplexidade e temor.

Em muitos momentos, a cidade parece próxima da ingovernabilidade, com surtos de desobediência coletiva nas áreas dos transportes, do comércio ilegal e até da criminalidade, que aos poucos vai criando territórios próprios e se dá ao desplante de desafiar as autoridades. Por isso mesmo, parcelas cada vez maiores da população tendem a isolar-se em condomínios e áreas fechadas, na tentativa de se protegerem.

Os que não têm essa suposta válvula de escape se confinam cada vez mais em seus pequenos refúgios domésticos - convivendo na TV com o noticiário da violência.

São Paulo e os paulistanos merecem muito mais. Mas - é preciso repetir e repetir - não o terão se continuarem na passividade política. A sociedade - é preciso insistir - terá de se organizar, discutir, definir prioridades, exigir dos candidatos a postos eletivos que assumam suas plataformas.

Não tem cabimento - como aconteceu há poucos anos - assistir passivamente a que num plano de descentralização administrativa oferecido pela Universidade de São Paulo fosse aprovada pelos legisladores apenas a criação de subprefeituras e respectivos cargos, mas eliminando a criação de conselhos distritais em que representantes da sociedade decidiriam sobre as prioridades, a aplicação do orçamento e a fiscalizassem.

Mas a sociedade também precisará aceitar sua participação nos ônus. Que sentido faz aplaudir a extinção da taxa para coleta e destinação do lixo e ver agravar-se a dramática situação no setor? E esse é apenas um de muitos exemplos possíveis.

Só cegos não vêem que o sistema político-eleitoral no País terá de passar por mudanças profundas. São Paulo poderia começar a dar exemplo, neste aniversário.

Seria um belo presente poder vê-la de novo com olhos de menino.

(O Estado de SP, 25/1 e Jornal da Ciência jcemail@jornaldaciencia.org.br)

4. Conhecendo um pouco mais o nosso universo

Robôs completam 4 anos em solo marciano. Já são mais de 200 mil imagens, 30 gigabaites de informação e a certeza de que houve água. Roberta Jansen escreve para “O Globo”:

A mais ambiciosa missão jamais realizada em solo marciano já contabiliza a geração de mais de 200 mil imagens, um total de 30 gigabaites de informação e uma certeza agora incontestável: houve água em abundância no passado de Marte e pode ter havido formas microbiológicas de vida.

O balanço dos quatro anos da missão dos robôs Spirit e Opportunity no planeta vermelho é bastante positivo, na análise de Paulo Souza, o especialista brasileiro que integra a Mars Explorer Rover, da Agência Espacial Americana.

A missão, lançada em janeiro de 2004, tinha como objetivo principal buscar evidências geológicas e climáticas da presença de água no planeta. Até então, havia uma discussão incessante sobre o tema, com diversos estudos contraditórios publicados.

Buscar comprovação da presença de água era apontado como o ponto de partida para estudar a existência de formas de vida.

— Mudamos muito o nosso conhecimento sobre Marte — afirma Paulo Souza.
— Há quatro anos (ainda que houvesse alguns indícios) não tínhamos a comprovação de nenhum robô atestando a presença de minerais que precisam de água para se formar. Os que pousaram antes encontraram apenas deserto. E a água é a questão mais importante. Porque não há forma de vida, na Terra ao menos, que não precise de água.

Presença de água no subsolo ainda é mistério. Nesse sentido, sustenta o cientista, a missão foi muito bem sucedida ao atestar, por meio da composição química das rochas encontradas e
analisadas pelos robôs, que houve muita água em estado líquido no passado do planeta.

— Marte teve vários tipos de água: sistemas hidrotermais, gêisers, oceanos — sustenta Souza. — Tivemos água aparecendo com uma diversidade muito interessante, como acontece na Terra.

Uma outra certeza obtida com os dados enviados pelos robôs é que, hoje não há água em estado líquido na superfície do planeta. Há fortes indícios de que existe gelo nos pólos e a missão Phoenix está a caminho com o objetivo de testar essa hipótese in loco — uma missão anterior, em 2001, falhou ao tentar o pouso. Se há água no subsolo, diz Souza, é mais difícil de inferir por enquanto, embora não seja uma hipótese descartada.

— Toda essa água que havia na superfície, nós acreditamos que tenha evaporado — conta o cientista. — É certo que não há água líquida hoje na superfície e, ainda que houvesse, ela duraria muito pouco tempo; se evaporaria e se perderia na atmosfera. Mas não temos praticamente nenhuma informação sobre o que ocorre abaixo da superfície. Pode sim, haver lençóis freáticos, água subterrânea e, portanto, pode haver formas de vida.

Missões anteriores já atestavam a presença, em Marte, de outros nutrientes que sustentam a vida, como nitrogênio, fósforo, carbono e energia, tanto a do Sol quanto a proveniente de processos térmicos. O que faltava na equação era a água.

— Nosso conhecimento sobre a possibilidade de vida em Marte avança bastante com os dados desta missão — acredita Souza. — Agora podemos falar sobre vida em Marte com a voz mais grossa, com mais propriedade, porque sabemos que havia as condições necessárias para a formação de vida: nutrientes, energia e água. E quando esses três elementos estão juntos, a
vida tende a se formar e a se manter.

Mas que ninguém espere por homenzinhos esverdeados. O consenso hoje na comunidade científica é que, se houve vida no planeta vermelho, ela ocorreu na forma microbiológica, como vírus e bactérias. Uma informação chave nessa equação da qual os especialistas ainda não dispõem é saber por quanto tempo houve água em Marte. Esse dado é crucial para que se
possa inferir que tipo de vida teria tido tempo de evoluir.

— Se a água existiu por um período longo, em tese houve tempo para a reprodução de formas mais evoluídas — explica o cientista. — Mas essas são questões que ainda não podemos responder. O que temos hoje são dois geólogos em Marte. É possível que, nas próximas missões, tenhamos robôs arqueólogos ou biólogos, que possam analisar possíveis fósseis ou
indícios de vida presente.

A primeira missão a pousar em Marte foi a Viking, em 1976. Na época, foram obtidas análises de rochas e gases. Mas como não havia a possibilidade de deslocamento pelo solo, a nave ficou restrita ao seu local de pouso. Mais de dez anos depois, em 1997, a Pathfinder avançou em relação à primeira missão, percorrendo 104 metros. Robôs estão trabalhando há 1.400 dias marcianos Quase nada se comparado aos 12 quilômetros já percorridos pelo Opportunity e os 7,5 avançados pelo Spirit.

Além disso, os robôs estão em áreas opostas do planeta, separados por 4 mil quilômetros de distância, o que dá uma diversidade maior aos dados enviados. Ao todo, os robozinhos já trabalharam o equivalente a 1.400 dias marcianos (o dia em Marte é um pouco mais longo que o da Terra, com 24 horas e 40 minutos) e devem trabalhar ainda por um tempo indefinido.

Inicialmente programada para durar apenas três meses, a missão se estenderá enquanto houver verbas e os robôs se mantiverem em funcionamento.

Souza teme pela chegada do inverno marciano, com ventos de até 400 km/hora, mas está otimista: — Eles já passaram bem por outros invernos. Este será mais difícil porque eles estão mais cansados, mas temos esperanças.

(O Globo, 24/1 e Jornal da Ciência <>)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

3.Vamos contribuir para uma São Paulo melhor, inclusive para nós pobres.

Nesta manhã, o Movimento Nossa São Paulo, www.nossasaopaulo.org.br/ realizou a primeira plenária do 1º Fórum Nossa São Paulo, cujas plenárias finais serão em 15 a 18/05/2008. Acho que vale à pena a participação pois a direção do movimento é composta por pessoas bastante interessadas e nos parece sérias. Consulte o sitio acima citado e vamos nos reunir e discutir as propostas para que nós pobres, consigamos viver em uma São Paulo melhor.

Aproveite o seu comentário para dizer o que a cidade precisa ter, o que é necessário ser feito ou construído para a nossa comunidade da Consolação/Roosevelt poder viver melhor?

2. A net é realmente um exemplo de prática socialista

Na minha primeira postagem, declarei os meus objetivos para com esse blog e também que não serei candidato a qualquer cargo eletivo, porém não deixarei de falar de política e agir politicamente, mantendo-me extra-partidário é claro. Neste sentido, sugiro a leitura do texto abaixo:

A revolução do ensino aberto, artigo de Jimmy Wales e Richar Baraniuk

“Imagine um mundo onde livros-texto e outros materiais de apoio à aprendizagem estejam disponíveis, gratuitamente, para todo mundo, via internet”

Jimmy Wales é fundador da Wikipedia e da Wikia. Richard Baraniuk,fundador da Connexions, é professor de engenharia na Universidade Rice. Artigo publicado no “Valor Econômico”:

Como fundadores das duas maiores plataformas de mídia de fonte aberta do mundo - Wikipedia e Connexions - temos sido, ambos, acusados de sermos sonhadores. Independentemente, fomos contaminados pela idéia de criar uma plataforma de web que permitisse a qualquer pessoa contribuir com seu conhecimento para a montagem de um acervo de recursos abertos e gratuitos de aprendizagem.

Jimmy começou com sua enciclopédia gerada pela comunidade. Rich desenvolveu uma plataforma para que autores, professores e estudantes criem, recompilem e compartilhem cursos e livros didáticos.

Quase todo mundo declarou a irrelevância desses sonhos. Agora, com apoio de legiões de participantes - de premiados com o Nobel a ginasianos, de Timor Leste a Los Angeles - a Wikipedia e a Connexions alastraram-se pelo mundo e são hoje bases orgânicas e crescentes de informação usadas por centenas de milhões de pessoas.

Queremos contaminá-lo com o sonho de que qualquer pessoa pode passar a fazer parte de um novo movimento capaz de mudar o mundo do ensino. Esse movimento pode redefinir para sempre como o conhecimento é criado e usado.

Hoje, alguns alunos de escolas comunitárias têm de abandonar a escola porque seus livros escolares custam mais do que o preço de seus cursos; e agora, também, alguns estudantes precisam compartilhar seus textos de matemática porque não há exemplares em número suficiente para todos. Mas imagine um mundo onde livros-texto e outros materiais de apoio à
aprendizagem estejam disponíveis, gratuitamente, para todo mundo, via internet - e a baixos custos de impressão.

Nessa realidade, barreiras lingüísticas impedem que muitos pais imigrantes ajudem seus filhos com suas lições de casa porque os textos estão apenas em inglês. Mas imagine um mundo onde os livro didáticos estejam adaptados a muitos estilos de aprendizagem e traduzidos para uma infinidade de idiomas.

Plutão permanece na lista de planetas em livros escolares de ciência, e quem sabe quanto tempo será necessário para que seja removido. Mas imagine um mundo onde os livros acadêmicos sejam continuamente atualizados e corrigidos por uma legião de colaboradores.

Um mundo assim era apenas um sonho uma década atrás. Mas, hoje, as peças do quebra-cabeças do movimento Ensino Aberto se encaixaram, de modo que qualquer pessoa, e em qualquer lugar, pode redigir, montar, adaptar e publicar seus próprios cursos ou livros escolares abertos.

Licenças abertas tornam legal a produção e agregação de materiais. Inovações técnicas como o padrão XML para textos e a impressão sob demanda tornam a disponibilização desses produtos tecnicamente viável e barata.

Os novos modelos de desenvolvimento e distribuição estimulados pelo movimento Ensino Aberto representam uma evolução natural e inevitável da indústria editorial educacional.

Trata-se de uma evolução paralela à evolução do setor de software (rumo ao Linux e outros programas de fonte aberta); a indústria fonográfica (por exemplo, a recente opção de download “pague quanto quiser” da banda Radiohead); e a publicação de ensaios acadêmicos (o governo dos EUA determinou recentemente o acesso público online a todas as pesquisas financiadas pelo National Institutes of Health – um montante total de US$ 28,9 bilhões neste ano).

O que há de apaixonante na iniciativa de Ensino Aberto é que o acesso gratuito é apenas o começo. O Ensino Aberto promete converter o sistema de criação e produção de livros escolares num ecossistema vasto e dinâmico de conhecimento em constante estado de criação, utilização, reutilização e aperfeiçoamento.

O Ensino Aberto promete proporcionar às crianças materiais para aprendizagem personalizados para suas necessidades individuais, em contraste com os atuais materiais “de prateleira”, aliados a circuitos de realimentação de conteúdos mais rápidos, produzindo um casamento mais direto dos resultados da aprendizagem com desenvolvimento e aperfeiçoamento de conteúdo.


E o Ensino Aberto acena com a possibilidade de novas abordagens ao aprendizado colaborativo, alavancando a interação social entre alunos e professores em todo o mundo.

No fim do ano passado, na Cidade do Cabo, reunimo-nos com representantes de todo o mundo para chegar a um consenso sobre os ideais e abordagens ao Ensino Aberto, e nos comprometemos com eles na declaração de Ensino Aberto da Cidade do Cabo, que foi oficialmente publicado em 22 de janeiro.

Todo mundo tem o que ensinar. Todo mundo tem algo a aprender. Juntos, podemos, todos nós, ajudar a transformar a maneira pela qual o mundo desenvolve, dissemina e usa o conhecimento. Unidos, poderemos ajudar a tornar realidade o sonho do Ensino Aberto.
(Valor Econômico, 24/1e transcrito no Jornal da Ciência, 24/01/2008 )

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

2008

Aos meus ex-alunos e aos futuros alunos um ótimo 2008 em todos os sentidos.

Convido a todos vocês, leitores desse blog a compartilhar e debater comigo, a melhor forma para que possamos contribuir (não sou candidato a qualquer cargo eletivo público legislativo ou executivo), para a efetiva melhora constante da qualidade do Ensino Fundamental público, particularmente na E.E.Caetano de Campos - Consolação - São Paulo - SP e sua conseqüênte aprendizagem por parte dos alunos.

Quero ler comentários com críticas construtivas de forma que possa propiciar atender aos objetivos acima citados, no intuíto único e exclusivo de continuar contribuindo com a minha pequena parcela de responsábilidade assumida quando me formei em Licenciatura em Matemática na Faculdade de Ciência de Ribeirão Pires - São Paulo, nos idos de 1978, em pleno momento histórico da ditadura militar.

Acreditem que o meu desejo é realmente, aprender com vocês formas e técnicas para melhorar as minhas aulas, contribuindo assim para que meus alunos realmente desejem aprender e estudar. Esta é a única forma lícita em que dependemos apenas de nós mesmos para o nosso crescimento individual, seja o desenvolvimento econômico ou social, individual ou coletivo.

Portanto, quero debater com vocês, as possibilidades de avançarmos esse tema que foi descoberto pela imprensa recentemente e colocaram nós professores como os vilões da má qualidade do ensino no Brasil.

Vamos em frente...